Durante os séculos XIX e XX, as doutrinas que prevaleceram no continente americano no desenvolvimento das relações internacionais marcaram de forma significativas as ações diplomáticas para o presente.
O pensamento diplomático no período evidenciou o unilateralismo e buscou de forma própria sintetizar os ideários do pan-americanismo e o monroeismo estadunidense . Nesse sentido, Diniz (2012, p. 63) aponta que da síntese dessas duas doutrinas surge uma terceira denominada doutrina Andrada compreendida na vital importância da mentalidade épica de um destino em comum e a política centrada na união dos países sul-americanos de forma independente na América.
O pan-americanismo latino agrega à compreensão da solidariedade latino-americana adjunta à luta pela independência na América hispânica, com a ideia de anfictiônica , como um governo supranacional da sociedade hispano-americana surgido no Tratado do Panamá e tendo como seu principal referente Simon Bolívar em sintonia para a integração política e econômica do continente com os aparatos criados no congresso do Panamá em 1826, para Diniz (2012, p. 63), em dicotomia há intenção da doutrina Monroe em 1823, suas raízes são advindas da Guerra de Secessão e portadora do sentimento sistêmico de relacionamento interestatal estadunidense que à época buscava a distinção da Europa absolutista e expansionista.
À margem e influenciada pelas ideias de independência e separatismo vindos da América espanhola, e por outro lado, dos Estados Unidos, a diplomacia brasileira respondeu mantendo elementos dos dois ideários. É possível ver o surgimento de um americanismo refletido na diplomacia do Brasil o conteúdo da Doutrina Andrada como aponta Diniz (2012, p. 63). Para o autor essa matriz diplomática é fundada nos aspectos “Nosso destino” e “União” centrado na política e nos componentes histórico e geográfico.
O pan-americanismo latino agrega à compreensão da solidariedade latino-americana adjunta à luta pela independência na América hispânica, com a ideia de anfictiônica , como um governo supranacional da sociedade hispano-americana surgido no Tratado do Panamá e tendo como seu principal referente Simon Bolívar em sintonia para a integração política e econômica do continente com os aparatos criados no congresso do Panamá em 1826, para Diniz (2012, p. 63), em dicotomia há intenção da doutrina Monroe em 1823, suas raízes são advindas da Guerra de Secessão e portadora do sentimento sistêmico de relacionamento interestatal estadunidense que à época buscava a distinção da Europa absolutista e expansionista.
À margem e influenciada pelas ideias de independência e separatismo vindos da América espanhola, e por outro lado, dos Estados Unidos, a diplomacia brasileira respondeu mantendo elementos dos dois ideários. É possível ver o surgimento de um americanismo refletido na diplomacia do Brasil o conteúdo da Doutrina Andrada como aponta Diniz (2012, p. 63). Para o autor essa matriz diplomática é fundada nos aspectos “Nosso destino” e “União” centrado na política e nos componentes histórico e geográfico.
Sua avançada formulação colocava como prioridade da política externa a superação da vulnerabilidade externa, que se expressava pela defesa da unidade territorial e a busca de maior autonomia decisória do Estado Brasileiro em relação dos centros de poder, distanciando-se do paradigma das disputas ibéricas, que pautava as tensões entre as Américas hispânica e portuguesa. De igual modo, a política externa era vista como fonte de superação das disparidades internas, sendo por isso uma via para o desenvolvimento nacional (DINIZ, 2012, p. 64).
O pensamento diplomático brasileiro de forma própria e enfrentando desafio desde seu nascedouro, de acordo com Diniz (2012), foi forçado para tarefa de igual singularidade a partir de um país único em dialeto português cercado por uma maioria espanhola, ativa e servidora da integridade do território nas fronteiras e/ou para a integração desenvolvimentista pretendida pelo Brasil, aliada as ações militares de instalação de fortificações na Amazônia. Todavia, as ideias assimétricas da diplomacia e dos fardados brasileiros, em que pese a assimetria do segundo ao primeiro, são portadoras do ideário evocado por José Bonifacio de Andrada, José Maria da Silva Paranhos, Rui Barbosa.
A instabilidade das fronteiras e da manutenção do território torna-se preocupação constante dos países, que a predominância de uma ou outra doutrina poderia significar o equilíbrio das relações ou o caminho para ingerência sobre a soberania estatal das nações no continente sul-americano.
A instabilidade das fronteiras e da manutenção do território torna-se preocupação constante dos países, que a predominância de uma ou outra doutrina poderia significar o equilíbrio das relações ou o caminho para ingerência sobre a soberania estatal das nações no continente sul-americano.
Para Rio Branco, a melhor maneira de se proteger contra atentados a soberania era garantir a estabilidade política da região na busca pela consolidação e ampliação da amizade brasileira com os países da America espanhola (CARDIN, 2002,).
A compreensão do trecho acima passa pela necessidade da integração respeitando os desequilíbrios existentes no desenvolvimento da América do Sul, além da percepção endógena referenciada no contexto de ausência estatal nas regiões periféricas, fragilidade das instituições, crise econômica e ameaça a soberania, ou na forma exógena, vinda da intervenção e mais pensamento estranhos aos países latino-americanos.
A análise de Cardin (2002) inclui Rio Branco no quadro de pretensão de integração pela via diplomática brasileira e o pensamento que a soberania brasileira depende de um grau de integração com destaque para as regiões Andina e Amazônica, até porque, as áreas carecem de desenvolvimento. E por tanto, sensíveis de interferência externa na lógica unilateral da doutrina estadunidense.
Dentro dessa lógica unilateralista a colaboração pretendida pelos Estados Unidos desnuda seu interesse pela America Latina. A expressão dessa vontade é vista na área econômica ou na intervenção nos assuntos internos das nações sul-americanas, já no campo das ideias a manifestação desse interesse espelha-se no pan-americanismo tendo como base no destino manifesto e solidariedade hemisférica com origem nas matrizes imperialistas europeias.
Segundo Bueno (1906), A União Pan-Americana pretendida pelos Estados Unidos assemelhava-se ao ocorrido na Europa nos paralelos do pan-germanismo, pan-eslavismo, que reproduziram a supremacia dos países-chave. O pan-americanismo conduzido pelos ianques retratava a vontade de hegemônica no processo de abertura para uma economia liberalizada e tendo a America Latina como área de expansão econômica e cultural, provocando nos países sul-americanos o temor da consolidação definitiva da hegemonia dos Estados Unidos.
Longe disso, o ideário de Simon Bolívar estava em assimetria à política imperialista da coroa britânica, isto visto, na diplomacia e na presença militar na América. E distinta do pan-americanismo evocado pelos Estados Unidos em consecução ao “Destino Manifesto”, tanto é que o verificado na História da América latina foi uma sucessão de interferências ianques que provocaram uma descontinuidade no processo institucional da região.
Para entender o processo de unidade e luta existente na America no período, é preciso observar a filosofia aglutinadora do pan-americanismo e a doutrina Monroe dentro da percepção como peças da mesma engrenagem de ascensão de Roosevelt na primeira década do século XX.
A primeira buscava suavizar as ações imperialistas da segunda no que diz respeito ao produto do desenvolvimento industrial norte-americano e sua consequência expansionista para o restante do continente. É na lógica de Pereira (2005), que se apresentam os elementos de ascensão dos Estados Unidos no cenário mundial, ocupando de vez o lugar de força imperialista na época.
É nessa quadra política que há a possibilidade de absorção da política externa implementada por Rio Branco em relação à nova potência que surge. Paranhos a frente da diplomacia apoiou várias intenções dos Estados Unidos no continente. Na percepção de Pereira (2005), Rio Branco trabalhou para ter a potência do norte como aliada nas pretensões do Brasil no hemisfério.
A análise de Cardin (2002) inclui Rio Branco no quadro de pretensão de integração pela via diplomática brasileira e o pensamento que a soberania brasileira depende de um grau de integração com destaque para as regiões Andina e Amazônica, até porque, as áreas carecem de desenvolvimento. E por tanto, sensíveis de interferência externa na lógica unilateral da doutrina estadunidense.
Dentro dessa lógica unilateralista a colaboração pretendida pelos Estados Unidos desnuda seu interesse pela America Latina. A expressão dessa vontade é vista na área econômica ou na intervenção nos assuntos internos das nações sul-americanas, já no campo das ideias a manifestação desse interesse espelha-se no pan-americanismo tendo como base no destino manifesto e solidariedade hemisférica com origem nas matrizes imperialistas europeias.
Segundo Bueno (1906), A União Pan-Americana pretendida pelos Estados Unidos assemelhava-se ao ocorrido na Europa nos paralelos do pan-germanismo, pan-eslavismo, que reproduziram a supremacia dos países-chave. O pan-americanismo conduzido pelos ianques retratava a vontade de hegemônica no processo de abertura para uma economia liberalizada e tendo a America Latina como área de expansão econômica e cultural, provocando nos países sul-americanos o temor da consolidação definitiva da hegemonia dos Estados Unidos.
Longe disso, o ideário de Simon Bolívar estava em assimetria à política imperialista da coroa britânica, isto visto, na diplomacia e na presença militar na América. E distinta do pan-americanismo evocado pelos Estados Unidos em consecução ao “Destino Manifesto”, tanto é que o verificado na História da América latina foi uma sucessão de interferências ianques que provocaram uma descontinuidade no processo institucional da região.
Para entender o processo de unidade e luta existente na America no período, é preciso observar a filosofia aglutinadora do pan-americanismo e a doutrina Monroe dentro da percepção como peças da mesma engrenagem de ascensão de Roosevelt na primeira década do século XX.
A primeira buscava suavizar as ações imperialistas da segunda no que diz respeito ao produto do desenvolvimento industrial norte-americano e sua consequência expansionista para o restante do continente. É na lógica de Pereira (2005), que se apresentam os elementos de ascensão dos Estados Unidos no cenário mundial, ocupando de vez o lugar de força imperialista na época.
É nessa quadra política que há a possibilidade de absorção da política externa implementada por Rio Branco em relação à nova potência que surge. Paranhos a frente da diplomacia apoiou várias intenções dos Estados Unidos no continente. Na percepção de Pereira (2005), Rio Branco trabalhou para ter a potência do norte como aliada nas pretensões do Brasil no hemisfério.
Subcapitulo do Trabalho de Conclusão de Curso do Discente AUGUSTO CLEYBE RIBON de titulo "ASSIMETRIAS ENTRE FORÇAS ARMADAS E DIPLOMACIA NA AMAZÔNIA"
Trabalho de Conclusão do Curso apresentado para obtenção da graduação no Curso de Ciências Sociais da Faculdade de Ciências Sociais, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal.
Orientador: Prof. MSc. José Cauby Soares Monteiro
Trabalho de Conclusão do Curso apresentado para obtenção da graduação no Curso de Ciências Sociais da Faculdade de Ciências Sociais, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal.
Orientador: Prof. MSc. José Cauby Soares Monteiro
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