quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Grécia: Primeiro conselho de ministros do novo Governo



O chefe do executivo grego, Alexis Tsipras, disse durante o primeiro conselho de ministros que o novo Governo “de salvação social” deve “acabar com o clientelismo político e a corrupção” e aplicar “reformas que não puderam ser feitas em 40 anos”.

“Provaremos que Cassandra está errada. Não vamos entrar num confronto destrutivo para ambos, mas não iremos continuar com uma política de catástrofe e de submissão. A renegociação da dívida grega terá em vista uma solução viável, justa e mutuamente benéfica”, disse o primeiro-ministro grego.

Outro dos pontos-chave do programa do Governo de Tsipras consiste num pacote de medidas de urgência para melhorar a situação dos mais carenciados, incluindo o fornecimento gratuito de eletricidade a 300 mil casas de famílias desfavorecidas.

Fonte: De Fernando Peneda | Com LUSA - EURONEWS

Descoberta de Auschwitz foi surpresa, diz libertador ucraniano do Exército soviético


Estima-se que pelo menos 1,1 milhão de pessoas tenha morrido no campo de concentração de Auschwitz, libertado há 70 anos
Havia um cheiro tão forte que era impossível aturar por mais de cinco minutos. Meus soldados não conseguiam suportá-lo e me imploraram para que fôssemos embora. Mas tínhamos uma missão a cumprir".
Foi assim que Anatoly Shapiro, o primeiro oficial do Exército soviético a entrar em Auschwitz, o notório campo de concentração, descreveu suas primeiras impressões sobre o que encontrou em 27 de janeiro de 1945.
Há 70 anos, nos últimos estágios da Segunda Guerra Mundial, tropas soviéticas avançaram até Auschwitz-Birkenau, um complexo de campos de extermínio localizado em território polonês.
O major ucraniano Anatoly Shapiro liderou o pelotão do exército soviético que libertou Auschwitz, mas o que encontraram chocou
Shapiro, então com 32 anos, foi quem abriu os portões do campo principal. O batalhão que comandava libertou os primeiros 500 prisioneiros.

Fonte: BBCBrasil

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

O naufrágio do Estado mexicano


Tráfico de drogas, assassinatos, extorsão e, cada vez mais, administração pública. A participação de organizações criminosas no Estado mexicano parece não ter limites. O massacre de 43 estudantes em setembro catalisou a cólera da população.
por Rafael Barajas e Pedro Miguel


Quando, num país, um grupo de policiais detém 43 estudantes, desaparece com eles e os envia a um grupo criminoso organizado ligado às drogas para que este, à guisa de “lição”, os assassine, uma constatação se impõe: o Estado se transformou em narco-Estado, um sistema em que o crime organizado e o poder político são a partir de agora indissociáveis.
Quando essas mesmas forças da ordem metralham estudantes, matando seis e ferindo gravemente outros seis; quando elas se apoderam de um desses jovens, lhe arrancam a pele do rosto, tiram os olhos e o deixam estendido na rua para que seus colegas o vejam, outra evidência aparece: esse narco-Estado pratica uma forma de terrorismo.
Tudo isso aconteceu no sul do México, em Iguala, terceira cidade do estado de Guerrero. Ali, a polícia agrediu brutalmente um grupo de estudantes da Escola Normal Rural de Ayotzinapa e, a se acreditar nos testemunhos atualmente disponíveis, os conduziu para a morte. José Luis Abarca, prefeito de Iguala, e sua mulher, María de Los Ángeles (ligados a um cartel da região), suspeitos de serem os instigadores da operação, foram presos na terça-feira, 4 de novembro.
As escolas normais rurais, fundadas há oito décadas, têm por objetivo difundir um ensino de qualidade no campo oferecendo a jovens educadores, oriundos do meio camponês, a possibilidade de melhorar suas condições de vida. Esse duplo objetivo, herdado da Revolução Mexicana (1910-1917), enfrenta com força total o modelo econômico neoliberal, introduzido no país nos anos 1980. Segundo a lógica a ele subjacente, a educação pública freia o desenvolvimento do mercado do ensino, enquanto o campo abriga intoleráveis maus odores do passado (comunidades indígenas ou pequenos agricultores que entravam a expansão da agroindústria da exportação). Eis o motivo pelo qual as escolas normais rurais que sobrevivem no México, quinze ao todo, estão constantemente expostas à hostilidade, o que pode ser medido ao mesmo tempo pelos cortes orçamentários que sofrem e pela maneira como são mostradas pelos meios de comunicação e pelos dirigentes políticos: “viveiros de guerrilheiros”, segundo a ex-secretária-geral do Partido Revolucionário Institucional (PRI) Elba Esther Gordillo;1 refúgios “de gente delinquente e que não serve para nada”, em um debate na rede Televisa (1o dez. 2012); e, nos últimos tempos, “tocas do crime organizado”, para o jornalista Ricardo Alemán (El Universal, 7 out. 2014).
Tal como seus colegas das outras escolas normais rurais, os estudantes de Ayotzinapa lutam para assegurar a sobrevivência de sua instituição. Eles completam os magros subsídios do Estado – o equivalente a R$ 91 milhões anuais para cobrir os custos ligados a formação, alojamento e cobertura médica de pouco mais de quinhentos estudantes, quarenta formadores e seis empregados da administração – por meio de coletas de fundos. Em 28 de setembro de 2014, os estudantes de Ayotzinapa tinham ido a Iguala precisamente para realizar uma dessas coletas, quando foram sequestrados.
Eles teriam sido atacados com a fúria que os cartéis utilizam em relação a seus inimigos. Uma testemunha ocular – um policial – revelou que, apesar de feridos, os 43 estudantes teriam efetuado longos trajetos a pé, para, no final das contas, serem espancados, humilhados, regados com diesel e queimados vivos. Os corpos teriam se consumido durante 14 horas, até que só restassem cinzas, pequenas pontas de ossos e dentes.
Ainda que nós, mexicanos, estejamos habituados a informações chocantes (decapitações, execuções, torturas etc.), a indignação despertada por essa história não diminui. A certeza de que ela revela uma forma de terrorismo que emana de um poder no qual se misturam cartéis e líderes políticos coloca questões angustiantes: qual é a extensão do narco-Estado no México? Qual é a verdadeira amplitude da repressão política que ele coloca em ação?
O narco-Estado levanta um problema estrutural: o dinheiro da droga irriga a economia mexicana. Um estudo norte-americano e mexicano sobre os bens ilícitos, publicado em 2010, estima que a cada ano os cartéis transfiram entre US$ 19 bilhões e US$ 29 bilhões dos Estados Unidos para o México.2 Segundo a agência de segurança Kroll, essa cifra oscilaria entre US$ 25 bilhões e US$ 40 bilhões.3 O narcotráfico constituiria então a principal fonte de divisas do país, à frente das exportações de petróleo (US$ 25 bilhões) e das remessas de dinheiro de residentes no estrangeiro (também US$ 25 bilhões). Esse maná alimenta diretamente o sistema financeiro, coluna vertebral do modelo neoliberal. Secar a fonte conduziria ao colapso econômico do país. Em outras palavras, o México repousa sobre uma narcoeconomia, a qual não pode se manter sem a pilotagem adaptada de um narco-Estado.

Traficantes em campanha
Essa aliança entre o mundo político e o da droga se estende por todo o território. Em regiões inteiras – os estados de Sinaloa, Chihuahua, Michoacán (leia a reportagem na pág. 17), Guerrero, Tamaulipas, Veracruz e Oaxaca –, os cartéis fazem a lei. Eles impõem funcionários públicos, chefes de polícia, negociam com governadores. Pouco importa a filiação política dos representantes do Estado, a autoridade permanece nas mãos do crime organizado. Há algumas semanas, um vídeo divulgado pelo cartel dos Cavalheiros Templários mostrava Ricardo Vallejo Mora, filho do ex-governador de Michoacán, conversando tranquilamente com Servando Gómez Martínez, conhecido como “La Tuta”, o chefão da organização criminosa que grassa naquele estado.4 Nessas regiões, o crime reclama suas cotas, extorque, sequestra, estupra e mata em total impunidade. Os cidadãos vivem um inferno em comparação com o qual as alucinações de Hieronymus Bosch se parecem com desenhos para crianças. Em certos estados, surgiram milícias cidadãs de autodefesa.
Hoje existe uma grande quantidade de indicadores que demonstra que o narco-Estado gangrena as altas esferas da classe política. Nenhum partido nem região escapam a ele, sobretudo os mais importantes: o PRI, no poder, o Partido de Ação Nacionalista (PAN) e o Partido da Revolução Democrática (PRD). Os narcotraficantes não podem agir sem a cooperação dos homens políticos e dos funcionários públicos de todos os níveis. Durante as eleições, o dinheiro desempenha o papel de grande eleitor, além de as campanhas oferecerem um meio eficaz de lavar capital.
O caso do presidente Enrique Peña Nieto, do PRI (no poder desde 2012), preocupa particularmente. Nenhuma prova direta permite estabelecer seus laços com o crime organizado. No entanto, durante sua campanha, uma das mais onerosas da história mexicana, uma parte da imprensa revelou operações financeiras nebulosas, que se elevavam a milhões de dólares.5 O escândalo fez grande barulho no México, mas a “comunidade internacional” manteve o silêncio. Não se dispõe de instrumentos que permitam medir a totalidade dos custos gerados por Peña Nieto para ganhar a presidência em 2012. Em 5 de novembro de 2014, porém, uma comissão legislativa estabeleceu que o PRI tinha gasto mais de 4,5 bilhões de pesos (cerca de R$ 850 milhões, treze vezes o teto fixado por lei).6 A comissão não pôde investigar um bom número de operações ocultas, com as quais a soma com certeza teria sido superior. Oficialmente, ninguém sabe de onde provém esse dinheiro, o que preocupa num país gangrenado pelo narcotráfico. Especialmente porque, nos diversos territórios dominados pelo crime organizado, os cartéis locais apoiaram ativamente o PRI.7


Durante sua campanha, Peña Nieto prometeu lutar contra o narcotráfico, assegurando que os primeiros resultados se fariam sentir ao final de um ano. Isso foi há três anos. Muitos, entre os eleitores, esperavam que a política do PRI fosse mais eficaz que a de seu predecessor, mas o plano de segurança de Peña Nieto quase não difere do de Felipe Calderón: é Washington que impõe sua própria doutrina em termos de segurança. E os assassinatos continuam. Órgão do governo federal, o Sistema Nacional de Saúde Pública (SNSP) registrou, ao longo dos vinte primeiros meses do governo de Peña Nieto, 57.899 inquéritos preliminares sobre homicídio doloso.8
A violência perpetrada pelo crime organizado tende a relegar a segundo plano aquela exercida pelo Estado, que não é negligenciável. O governo afirma que Ayotzinapa é um caso isolado. Os mexicanos têm boas razões para pensar que não é, de forma alguma.
Quando era governador do estado do México, Peña Nieto ordenou, em 2006, a repressão dos habitantes de San Salvador Atenco, que havia anos se opunham à desapropriação de suas terras para a construção de um aeroporto. Durante essa operação, as forças da ordem cometeram inúmeras violações dos direitos humanos ainda impunes, notadamente múltiplas agressões sexuais contra as detentas.
Desde que Peña Nieto assumiu o poder, as prisões estão repletas de pessoas cujo único delito foi ter lutado por seus direitos, suas terras, seu patrimônio, e defendido sua família contra as agressões do crime organizado. Em agosto de 2014, o comitê Nestora Libre, uma associação de defesa de presos políticos, assinalou que desde dezembro de 2014 ao menos 350 pessoas tinham sido presas por motivos políticos.9 Em Michoacán, foi preso o doutor José Manuel Mireles, fundador de uma milícia de autodefesa contra o crime organizado, e 328 membros de seu grupo. No estado de Guerrero, a líder indigenista Nestora Salgado, treze policiais comunitários e quatro líderes populares que se opuseram à construção da barragem de La Parota foram colocados atrás das grades. Em Puebla, 33 pessoas apodrecem na prisão por terem feito oposição à construção de uma central termelétrica excessivamente poluidora. Na Cidade do México, em Quintana Roo, em Chiapas e em muitos outros estados, não se contam mais os prisioneiros políticos. No estado de Sonora e em Chiapas, cidadãos que se opunham à privatização da água foram encarcerados, tal como aqueles que pediam fertilizantes.

Um caso isolado?
Desde o início do mandato de Peña Nieto, as forças da ordem recorreram a práticas típicas da “guerra suja”, a repressão política na América Latina dos anos 1960 a 1980. Nepomuceno Moreno, membro do Movimento pela Paz com Justiça e Dignidade, foi torturado e assassinado no estado de Sonora quando participava de uma caravana pela paz. Em Chihuahua, sicários assassinaram Ismael Solorio e Manuelita Solis, que defendiam os recursos hidráulicos de sua região atormentada pelo apetite das companhias mineiras canadenses. No estado de Sinaloa, assassinaram Atilano Román, dirigente de um movimento de pessoas deslocadas pela construção da barragem Picachos. A lista é interminável...
As atrocidades cometidas em Iguala estimularam a cólera social. Esta se manifesta agora no seio de setores da população tradicionalmente apáticos e ameaça de maneira inédita a sobrevivência do regime. Nenhuma das armas tradicionais do arsenal do PRI –cooptação, midiatização, infiltração, provocação, difamação – conseguiu contê-la. Ao contrário, as tentativas de comprar o silêncio das famílias, os esboços de repressão, as incitações a atos de violência,10 a campanha realizada contra Andrés Manuel López Obrador, principal dirigente da oposição de esquerda, com o objetivo de lhe atribuir a responsabilidade pelas violências perpetradas contra os estudantes, e o coro dos meios de comunicação dominantes insistindo em defender a figura do presidente estimularam a cólera da população e exacerbaram seu desejo de mudança.
Em 10 de novembro, o movimento criado em torno dos estudantes e de suas famílias levou a uma ação sem precedentes: o bloqueio, durante mais de três horas, do aeroporto internacional de Acapulco (no estado de Guerrero), destino turístico tradicional do país. Tudo leva a pensar que outras ações vão se suceder a essa, tendo como alvo outros aeroportos ou as autoestradas mais importantes da região.
O poder insiste em afirmar que Ayotzinapa é “um caso isolado”. O procurador-geral da República, Jesús Murillo Karam, repetiu isso no dia 7 de novembro, por ocasião de uma coletiva de imprensa, quando lhe perguntaram se ele considerava que os fatos significavam um crime de Estado. “Iguala não é o Estado”, respondeu. De fato, Iguala não é o Estado. Mas o que aconteceu na cidade de Guerrero revela aquilo que ele se tornou.

Rafael Barajas e Pedro Miguel
*Rafael Barajas e Pedro Miguel, jornalistas, são, respectivamente, caricaturista e escritor.


Ilustração: Lollo

1  La Jornada, México, 6 ago. 2010.
2  John T. Morton, “Binational study of illicit goods” [Estudo binacional de mercadorias ilícitas], Departamento Americano de Segurança dos Sem-Teto, Washington, 3 jun. 2010.
3  Citado por Roberto González Amador em “Mueve el narco 40 mil mdd en México” [O narcotráfico movimenta US$ 40 bilhões no México], La Jornada, 1o out. 2009.
4  “La cumbre Vallejo-La Tuta” [A cúpula Vallejo-La Tuta]. Disponível em: www.youtube.com.
5  Roberto González Amador e Gustavo Castillo García, “Indicios de lavado de dinero con las tarjetas de Monex” [Indícios de lavagem de dinheiro com os cartões da Monex], La Jornada, 12 jul. 2012.
6  “Caso Monex: PRI gastó más de 4 mil 500 millones de pesos en campaña de 2012”, [Caso Monex: o PRI gastou mais de 4,5 milhões de pesos na campanha de 2012], Aristegui Noticias, México, 12 mar. 2012.
7  Cf., entre outros, “Denuncian amenazas del narco en Chihuahua para votar por el PRI” [Denúncias de ameaças do narcotráfico em Chihuahua para votar pelo PRI], Proceso, México, 4 jul. 2012.
8  “Los muertos con Peña llegan a 57 mil 899 en 20 meses; son 14 mil 205 más que en el mismo periodo de Calderón” [Os mortos com Peña chegam a 57.899 em vinte meses; são 14.205 a mais que no mesmo período de Calderón], 25 ago. 2014. Disponível em: www.sinembargo.mx.
9  Verónica Macías, “Denuncian más de 300 presos políticos en gobierno de Peña” [Denúncia sobre mais de trezentos presos políticos no governo Peña], El Economista, México, 20 ago. 2014.
10    Sábado, 8 de novembro, um grupo de supostos “manifestantes”, visivelmente protegidos pela polícia, tentou colocar fogo no Palácio Nacional, sede do poder executivo federal no México.
01 de Dezembro de 2014
Palavras chave: México43tráficoestudantesAyotzinapaGuerrerodrogaspeñaNieto

acesse: http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=1773

Petróleo, moedas, finanças, sociedades, Médio-Oriente: A grande tempestade no Ocidente!

por GEAB [*]
Há já quase dois anos, combinando diversos ângulos de abordagem (especulativos, geopolíticos, tecnológicos, económicos, estratégicos, monetários…), que insistimos na antecipação de uma crise maior de todo o setor petrolífero. Hoje, mais ninguém duvida que acertámos e que o GEAB deve agora antecipar as consequências desta verdadeira bomba atómica que começa a abanar todos os pilares do antigo sistema: a moeda internacional tal como a conhecemos, os mercados financeiros tal como os conhecemos, os Estados Unidos tal como os conhecemos, a aliança ocidental tal como a conhecemos, o governo mundial tal como o conhecemos, a democracia tal como a conhecemos, etc.

"Crise sistémica global: o fim do Ocidente tal como o conhecemos desde 1945" 

Gostaríamos agora de regressar à antecipação histórica do GEAB, realizada por Franck Biancheri em fevereiro de 2006, que anunciava o início de uma crise sistémica global sob o título "o fim do Ocidente tal como o conhecemos desde 1945" [1] . Este mundo ocidental teve portanto nove anos para se desmantelar (ou 7 anos, se situarmos o início desse processo na crise do sub-prime em 2008, como será rigoroso fazer) … Durante estes nove anos, o GEAB fez um trabalho pedagógico sobre a crise, com o objetivo claro de contribuir para revelar todas as soluções que existiam para sair o mais rapidamente possível da mesma e o menos dolorosamente possível. Aparentemente, fora o trabalho realizado pelos BRICS que, como foi igualmente antecipado pelo GEAB, se dispuseram à tarefa enorme de criar as bases do mundo de amanhã, o mundo ocidental tem feito, por sua vez, aqui e ali, alguns esforços cujos sinais percebemos, mas, neste final de 2014, e por causa da enorme destabilização causada pela rutura das relações euro-russas na crise ucraniana, temos alguma dificuldade em projetar um cenário positivo para o ano que se avizinha.

O ano de 2015 vai consagrar o colapso completo do mundo ocidental tal como o conhecemos desde 1945. O que será um enorme furacão, que irá rebentar e fazer tremer todo o planeta, mas os pontos de rutura situam-se no "Porto do Ocidente", que não é já um porto há muito tempo mas que se vai revelar em 2015 ter sido, de facto, o olho do ciclone, como não deixámos de repetir desde 2006. Quando alguns barcos se preparavam para se fazer ao largo, a crise ucraniana teve como efeito fazer regressar alguns desses barcos ao porto, amarrando-os firmemente. Infelizmente, é o próprio porto que faz agitar os barcos e são aqueles cujas amarras são mais sólidas que irão naufragar primeiro. Estamos a pensar, naturalmente, na Europa, em primeiro lugar, mas também em Israel, nos mercados financeiros e no governo mundial.

É a paz que está em jogo, uma paz que não é mais agora que uma palavra vã. Perguntemos à China, à Índia, ao Brasil, ao Irão, etc., se o Ocidente transmite ainda alguma imagem de paz. Quanto aos valores democráticos, aquilo que nós mostramos faz mais de papel de timbrado que de modelo… ao ponto do princípio universal da democracia ter sido incluído no conjunto de conceitos culturalmente relativizáveis e ter acabado por servir agendas antidemocráticas de toda a espécie, na Europa e noutros sítios. Não é, portanto, o princípio da democracia que causa problemas (é necessário sim, pelo contrário, reinventar modos para a sua aplicação, em conjunto com os novos poderes emergentes), mas a incapacidade dos ocidentais em adaptar a sua realização às novas características da sociedade (emergência de entidades políticas,  de facto,supra nacionais, a internet que transforma a estrutura social).

A crise petrolífera é sistémica porque está ligada ao fim da era do tudo-petróleo 

Regressemos também por um instante às principais características desta crise sistémica petrolífera tal como a analisámos. Muito resumidamente e de forma a salientar a natureza sistémica desta crise, para melhor assentar o seguimento das nossas antecipações, é o sistema de governo mundial do mercado do petróleo, a  OPEP , que foi atingida. Os Estados Unidos, que eram os seus governantes até cerca de 2005 [2] , viram chegar os emergentes cujos níveis de consumo os tornavam inevitavelmente co-governantes.
Tornava-se necessário agir sobre estas mudanças através de uma reforma do sistema anterior de governo, de modo a colocar todo o mundo no mesmo clube. Em vez disso, apavorados com a ideia de um aumento do preço do petróleo ao qual a economia americana, totalmente dependente desta matéria-prima (contrariamente à Europa), por não ter investido de forma significativa e coordenada nas energias renováveis, não seria capaz de resistir, os Estados Unidos decidiram romper qualquer lógica de coordenação mundial criando um mercado concorrente, o mercado do xisto, destinado a fazer baixar os preços. Sabemos, infelizmente, as consequências de uma competição em matéria de acesso aos recursos energéticos… a Europa, pelo menos, deverá sabê-lo [3] .
Com esta rutura maior combina-se uma outra tendência, muito pouco falada nos media atualmente, a do fim do petróleo como fonte principal de energia da economia mundial. E é este segundo factor que torna a situação atual completamente incontrolável. Os preços abrandam porque a era do petróleo está a terminar e ninguém pode fazer nada. Nós já o antecipámos há muitos meses [4] : a China equipa-se com um parque automóvel completamente elétrico [NR] [5] , e, ao fazê-lo, fará passar o parque automóvel mundial para eletricidade: uma vez que a tecnologia exista e que a massificação seja inevitável, todos irão passar para o elétrico. Nós antecipámos que esta transformação se daria em 10 anos e que em 5 anos o ponto de inflexão em matéria de consumo seria atingido. Já passou um ano, ou menos, desde essa antecipação. E os especuladores começam a definir um horizonte de quatro anos [6] .

Na realidade, o "pico do petróleo" é o que o LEAP chama de "antecipação de sucesso": colocá-lo em perspetiva permitiu "evitar" o problema. O medo de uma penúria e de uma explosão dos preços, boas a más estratégias de contornar a situação (renováveis e xisto), tudo combinado com a crise económica e, por fim, uma agenda ecológica que verificamos ter sido ativamente retomada este ano [7] , o mundo está "pronto" a encerrar a era do petróleo…com a exceção dos atores cuja existência está ligada a esta matéria-prima e que se vão fazer ouvir violentamente antes de desaparecer.

Mas mais uma vez, os nossos leitores que não me interpretem mal: o petróleo continuará por muito tempo a ser utilizado para fazer girar os motores e fábricas do mundo (ele tem mesmo muitos anos pela frente já que o risco de escassez foi adiado por muitas décadas), mas a "era" do petróleo soberano termina e isso constitui uma mudança sistémica.

Na parte Telescópio, desenvolveremos as consequências da crise sistémica petrolífera sobre os mercados financeiros em particular. Os mercados financeiros, que bem "resistiram" a seis longos anos de crise, sufocando nos seus braços mecânicos a economia real e mostrando como eram o cerne do problema, não irão sobreviver ao choque que se avizinha, por um lado, da indústria petrolífera, ator central, e do outro lado do dólar, instrumento principal do planeta financeiro. Mas outras bombas estão preste a explodir – como se estas não fossem suficientes….
[1]   Fonte :  LEAP/Europe2020 , 15 de fevereiro de 2006
[2]  Na realidade o início da subida dos preços do petróleo data de 2003 e é em 2006 que essa subida se torna explosiva. Mas 2005 é uma data recorrente quando se analisam as subidas das tarifas em termos do consumo dos países emergentes em vez dos caprichos da geopolítica do Médio Oriente, e de maneira geral quando se observa o progressivo poder dos emergentes.
[3]  As duas guerras mundiais do início do século XX estão intimamente ligadas à disputa pelo acesso aos recursos energéticos (fonte:  Cambridge Journals , 09/1968), razão pela qual as Comunidades europeias no final da Segunda Guerra mundial nasceram pela partilha dos recursos, seja a CECA (fonte :  Wikipedia ), um projeto que se tornaria um dos fios condutores da construção europeia até a crise ucraniana revelar o nada absoluto que rege a Europa em matéria de política comum energética. E dizem alguns que sofremos de demasiada Europa!! A construção europeia parou na realidade em 1989…ocupada a regulamentar o tamanho dos pepinos e a liberalizar tudo o resto " l'Europe du concombre "…
[4]   Nas nossas recomendações de janeiro (GEAB Nº 81) com o título "A China passa para o elétrico". Fonte : LEAP/E2020 , 15/01/2014
[5]   Fonte :  Bloomberg , 09/02/2014
[6]   Para aqueles que duvidam da realidade desta evolução, a decisão recente e incrível da Alemanha (incrível, porque completamente contra-intuitivo com o atual declínio dos preços do petróleo) para apostar tudo nas energias renováveis  e colocar no mesmo saco tudo o que é petróleo- gás-carvão-nuclear para se livrar deles. Fonte:  Deutsche Welle , 01/12/2014
[7]   Notamos no mês passado resultados muito concretos em termos de compromissos de redução de emissões de CO2, incluindo dos Estados Unidos, sob a liderança dos chineses. E, embora a Cimeira de Lima não pareça produzir muitos resultados, é principalmente porque os países pobres fazem questão de continuar a acreditar que são os dólares do Ocidente que irão financiar a sua transição energética. Mas no fundo, a agenda ambiental é muito dinâmica neste momento, principalmente porque coincidiu pela primeira vez com os objetivos estratégicos da primeira (ou segunda) potência mundial, a China.

[NR] O prognóstico é absurdo e disparatado.   Os veículos eléctricos nunca poderão substituir "completamente" os parques automóveis existentes.   Os autores confundem energia primária com energia final, como se tudo fosse a mesma coisa.   É compreensível que em cidades mais poluídas os chineses também estimulem a utilização de veículos eléctricos, mas é um disparate rematado prever que alguma vez estes pudessem substituir uma parte significativa do parque automóvel existente.   O disparate é ainda mais agravado quando os autores estendem o raciocínio ao mundo todo.   Uma das soluções para o esgotamento do petróleo, que está a ser promovida na China e em muitos outros países, é o metano.   Em Maio/2014 a China dispunha de 3.327.500 veículos a gás natural, tanto na sua forma comprimida (GNC) como liquefeita (GNL), bem como de 5730 postos de abastecimento de GNC e GNL   (Fonte: Gas Vehicle Report, Dez/2014 ), 


[*] Global Europe Anticipation Bulletin.

A versão em português encontra-se em geab.eu/pt-pt/... 


Este comunicado público encontra-se em http://resistir.info/ .

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Putin aprova nova doutrina militar da Rússia

Rússia, Putin, doutrina militar Foto: RIA Novosti/Alexei Druzhinin

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou o decreto "Sobre a Doutrina Militar da Federação da Rússia", segundo comunica o site oficial do Kremlin.
O documento atualiza a doutrina em vigor. De acordo com o site oficial do Conselho de Segurança da Rússia, as mudanças "estão relacionadas, principalmente, com o surgimento de novas ameaças para a Federação da Rússia, que se tornam patentes na situação na Ucrânia e em torno dela, assim como nos acontecimentos na África do Norte, Síria, Iraque e Afeganistão".

"Na luta das principais potências mundiais por seus interesses, tornaram-se típicas as ‘ações indiretas’, a utilização do potencial de protestos populares, organizações radicais e extremistas e empresas militares privadas; a OTAN aumenta sua capacidade ofensiva nas imediações das fronteiras da Rússia; estão sendo tomadas medidas ativas para implantar o sistema de defesa antimísseis global", destaca, em particular, o comunicado do Conselho de Segurança russo.
A nova edição da doutrina militar da Federação da Rússia coloca o aumento do potencial das forças da OTAN entre as principais ameaças militares externas para a Rússia
Fonte: Voz da Rússia

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Cierra ciclo 31 de los Diálogos de Paz

El quinto y último grupo de representantes de las víctimas fue recibido el martes.re 2014

Las delegaciones de paz de las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia-Ejército del Pueblo (FARC-EP) y del gobierno colombiano cierran este miércoles el ciclo 31 de los diálogos que sostienen desde noviembre de 2012.
El día martes, el quinto y último grupo de víctimas del conflicto, ofrecieron sus opiniones y propuestas en la mesa de conversaciones, encabezados por el exvicepresidente Humberto de la Calle y el comandante guerrillero Iván Márquez.
Los afectados por el conflicto pidieron a las partes realizar gestos concretos que permitan generar confianza en el proceso de paz, e instaron a la sociedad colombiana a promover un cambio de mentalidad que impulse la participación activa de la ciudadanía en este esfuerzo.
Con este grupo de víctimas se completó el total de 60 personas seleccionadas por la Conferencia Episcopal de Colombia, la oficina de ONU en ese país y la Universidad Nacional para asistir a La Habana a ofrecer sus visiones y propuestas

Cronología de los Diálogos de Paz
Se prevé que al finalizar las conversaciones presenten una declaración conjunta en el Palacio de Convenciones de La Habana, sede permanente de estos contactos.
Los Diálogos de Paz se reanudaron tras ser suspendidos temporalmente por laretención del general Rubén Darío Alzate y sus acompañantes – el cabo primero Jorge Rodríguez y la abogada Gloria Alcira - a mediados de noviembre pasado.
Las personas fueron retenidas tras ingresar a una zona de guerra vestidos de civil. La liberación se dio en el departamento Chocó, al noroeste de Colombia. Tras la retención, el Presidente Santos suspendió temporalmente las negociaciones de paz en Cuba.

Telesur

Cúpula do Mercosul começa na Argentina com reunião de chanceleres


Cúpula do Mercosul começa na Argentina com reunião de chanceleres

Os chanceleres dos países do Mercado Comum do Sul (Mercosul) se reúnem nesta terça-feira (16) na Argentina para os preparativos prévios à Cúpula do bloco regional que se inicia amanhã. Os ministros de Relações Exteriores examinarão o rascunho de Declaração Final que deverá ser aprovada amanhã quarta-feira pelas chefas e chefes de Estado da Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela, os atuais membros plenos. A Bolívia está em vias de se incorporar.

Reprodução
Mercado Comum do Sul (Mercosul)Mercado Comum do Sul (Mercosul) O encontro ministerial terá lugar na Escola do Centenário, uma das sedes da edição 47 das cúpulas desse órgão regional que tem como países associados Chile, Colômbia, Equador, Peru e Suriname.

Segundo a programação, o encontro de Chanceleres será na parte da manhã, e se somarão os ministros de Economia dos Estados membros, mais s Bolívia e as diferentes delegações.

De sábado até esta segunda-feira ocorrerão na Escola do Centenário as primeiras reuniões técnicas, preparatórias da Cúpula que terá como sede o Centro de Convenções da Velha Usina de Paraná.

O Grupo do Mercado Comum também deliberou, com a participação de servidores públicos, assim como a equipe de redação da declaração conjunta dos Presidentes, que será revisada pelos Chanceleres nesta terça-feira.

No domingo também se reuniram o Foro de Consulta e Concentração Política e a Comissão de Comércio do Mercosul.

A presidenta Cristina Fernández, cujo país ostenta a presidência rotativa do bloco, está prevista para chegar nesta terça-feira à noite, segundo anunciou a casa Executiva, para receber os dignatários à Cúpula que começará na quarta-feira às 10:30 hora local.

"Na cúpula vão se aprofundar vínculos e será marcado o rumo a seguir, progredindo e levando inclusão à cada um de nossos países", manifestou o governador da província anfitriã, Sergio Urribarri.

Os anfitriões esperam que uma vez mais o bloco reafirme seu apoio ao governo argentino frente ao conflito desatado pelos fundos abutre e sua reivindicação de soberania sobre as Ilhas Malvinas.

Além disso, segundo está previsto, os estadistas debaterão sobre a necessidade de abrir o mecanismo a acordos comerciais com outros blocos da Europa, Euroásia e países e associações asiáticas, ao tempo de procurar convergências na região, por exemplo, com a Aliança do Pacífico.

Na quinta e sexta-feira foi realizada no Paraná a Cúpula Social do Mercosul, cujo documento final, entre outros pontos, destacou a satisfação dos participantes pela incorporação da Bolívia em breve ao bloco.

Fonte: Prensa Latina/Vermelho

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Escócia rejeita separação do Reino Unido em plebiscito

Escócia (Reuters)

Comparecimento nas urnas foi recorde e contagem atravessou a madrugada na Escócia
A Escócia votou para continuar como parte do Reino Unido, rejeitando a independência em plebiscito realizado na quinta-feira.
A apuração das urnas nas 32 regiões administrativas escocesas foi concluída na manhã desta sexta-feira. O "Não" (contra a independência) obteve 2.001.926 de votos, contra 1.617.989 do "Sim". Em percentuais, a vitória foi de 55,3% contra 44,7%.
O comparecimento às urnas foi alto, com participação de 84,59% dos eleitores registrados - o maior em um pleito no Reino Unido desde que as mulheres conquistaram o direito ao voto, em 1928.
O plebiscito encerrou dois anos de campanha e dá início a um processo de devolução de mais poderes à Escócia.
O primeiro-ministro, David Cameron, disse logo após o anúncio do resultado que o Reino Unido vai cumprir agora as promessas de dar mais poderes ao Parlamento escocês. Cameron, que sempre fez campanha contra a independência, se disse contente com o resultado.
O primeiro-ministro escocês, Alex Salmond, que liderou a campanha pela independência, aceitou a derrota e pediu por união e para que as promessas de devolução de maiores poderes ao Parlamento escocês sejam cumpridas.
"Os partidos a favor da união fizeram promessas no final da campanha para devolver poderes à Escócia", disse ele a simpatizantes. "A Escócia espera que (essas promessas) sejam honradas rapidamente".
Mais de 4 milhões de pessoas – ou 97% do eleitorado – se registraram para votar no plebiscito. Pela primeira vez, eleitores de 16 e 17 anos também puderam participar da votação.
Salmond disse que o plebiscito e o alto comparecimento são um "triunfo para o processo democrático" e prometeu que cumprirá sua promessa de respeitar o resultado e trabalhar pelo benefício da Escócia e o Reino Unido.
Ele também destacou que partes da comunidade alheias à política foram engajadas pela campanha e pediu a seus partidários que refletissem o que tinham alcançado. "Não acredito que nenhum de nós, não importa quando entramos na política, teria pensado que tal coisa seria verossímil ou possível", disse ele.
Salmond (AP)
Primeiro-ministro escocês, Alex Salmond, pediu o cumprimento de promessas de maiores poderes
Escócia (Getty)
Partidários do "Não" reagem ao anúncio de resultados na Escócia em plebiscito que rejeitou independência
O político trabalhista e ex-ministro das Finanças britânico Alistair Darling, que liderou a campanha "Melhor Juntos" - contrária à independência -, disse que os escoceses "escolheram unidade ao invés de divisão e mudanças positivas ao invés de uma separação desnecessária".
"É um resultado importante para a Escócia e também para o Reino Unido como um todo", disse.
Segundo ele, o resultado "reafirma tudo o que temos em comum e os laços que nos unem" e disse: "Que eles nunca sejam quebrados".
Darling reconheceu que a campanha apontou para a necessidade de mudanças, e apontou para o alto comparecimento nas urnas, dizendo que pessoas alheias à política participaram do plebiscito em grandes números. "Ao comemorarmos, vamos também ouvir", disse ele.

15 horas de votação

Os eleitores tiveram de responder à pergunta: "A Escócia deve se tornar independente"?
Glasgow, a maior área administrativa da Escócia e a terceira maior cidade na Grã-Bretanha, votou a favor da separação - 194.779 contra 169.347. Dundee, West Dunbartonshire e North Lanarkshire também votaram pelo "Sim".
Mas a capital escocesa, Edimburgo, rejeitou independência - 194.638 votos contra 123.927. O "Não" também venceu em Aberdeen por uma margem de 20.000 votos. A rejeição à independência também teve ampla vantagem em muitas outras áreas.
Escócia (EPA)
Contagem de votos de plebiscito ocorreu durante a madrugada
Escócia (AP)
Celebrações foram realizadas em diversas cidades na Escócia com anúncio de resultados
Escócia (Getty)
Partidária da independência chora diante de resultado de plebiscito que rejeitou separação da Escócia
O plebiscito começou às 7h locais (3h de Brasília) de quinta-feira e durou 15 horas, terminando às 22h locais (18h de Brasília).
A votação transcorreu tranquilamente em boa parte do dia nas 5.579 seções eleitorais espalhadas por todo o território escocês.
Segundo a Comissão Eleitoral, responsável pela votação, as seções eleitorais permaneceram cheias durante o dia, mas não houve registro de longas filas.
fonte: BBCBrasil

Bielorússia recebe nova reunião de negociação sobre a paz na Ucrânia

 Mulher deposita flores em local afetado pelos bombardeios do governo ucraniano contra Lugansk, no leste, no início de junho.

Reuters/Gleb Garanich - Mulher deposita flores em local afetado pelos bombardeios do governo ucraniano contra Lugansk, no leste, no início de junho.

A segunda rodada de negociações de paz na Ucrânia será realizada nesta sexta-feira (19) em Minsk, capital da Bielorrússia, assim como ocorreu no primeiro encontro, em 5 de setembro, quando foi acordado o cessar-fogo entre as forças ucranianas e os separatistas pró-russos. O anúncio foi feito ontem pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia.

Além das partes em conflito, participaram da primeira rodada de negociações de paz representantes da Rússia e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (Osce). Até o momento, apesar de algumas violações pontuais, o cessar-fogo tem sido considerado globalmente respeitado.

O ex-presidente da Ucrânia Leonid Kuchma, que representa o país nas negociações, declarou que as conversações devem ser difíceis. Segundo ele, a expectativa é que seja aprovado um documento que indique as ações a serem tomadas para a implementação do protocolo adotado desde a última reunião.

No dia 5 de setembro, o governo ucraniano e a população do leste do país acordaram um plano de paz para terminar com o conflito armado, que já dura mais cinco meses. Entre os 12 pontos que compõem o plano, além do cessar-fogo, está prevista a troca de prisioneiros, a criação de corredores humanitários e a concessão de um estatuto especial às zonas controladas pelos rebeldes no Leste da Ucrânia.

Donetsk e o exército ucraniano planejam nova troca de prisioneiros
Uma nova troca de prisioneiros será realizada pelas milícias de Donetsk e os militares ucranianos no próximo sábado (20), segundo informações de Daria Morozova, chefe do comitê para assuntos de prisioneiros de guerra da República Popular de Donetsk.

"A troca vai ser realizada às 12h00", detalhou. Espera-se que de cada lado sejam trocados 50 prisioneiros.
A troca ocorre como parte do acordo de trégua realizado no início de setembro. Outros pontos para a manutenção do cessar-fogo e a forma de aplicação destas resoluções serão discutidos nesta sexta-feira.

Da redação do Vermelho,
com informações da Agência Brasil e da Voz da Rússia

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

A escalada chinesa na Argentina

Com o titulo "A escalada chinesa na Argentina" a revistaonline VOTO, faz várias análises acerca das relação da argentina com Brasil, sua história e presença chinesa no país dos hermanos, acompanhanhem abaixo:



   A revista trás informações sobre o avanço chines no pais vizinho, porém, rarefeita de uma análise baseada nas referências da Relações Internacionais de poder na AmericanaLatina e as consequencias desse modelo de acumulação pra integração, todavia pode ser considerada de uma leitura interessante de facil namoro por ser tratar de mera resportagem em escala planetária.


FONTE: REVISTAVOTODIGITAL

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Putin prevê acordo de paz na Ucrânia até sexta e pede apoio de rebeldes

Voluntários treinam com forças ucranianas (foto: Reuters)

Proposta de cessar-fogo de Putin deve ser discutida por ucranianos e rebeldes
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira esperar que um cessar-fogo seja estabelecido entre forças do governo ucraniano e rebeldes pró-Rússia até a sexta-feira.
Em declarações durante uma visita à Mongólia, Putin pediu que os rebeldes colaborem e suspendam seu avanço militar no leste ucraniano. Por outro lado, ele também pediu que forças do governo de Kiev se retirem da área.
O líder russo propôs um plano com sete pontos (veja tabela abaixo) para chegar ao cessar-fogo que teria sido apoiado pelo presidente ucraniano Petro Poroshenko. Os dois conversaram por telefone.
"Nossas visões sobre como resolver o conflito, assim me parece, são muito próximas", disse Putin.
A proposta deverá ser discutida na sexta-feira em uma reunião em Minsk, capital de Belarus, entre representantes da Rússia, dos rebeldes e da Ucrânia.

Pressão

A divulgação da proposta ocorre em um momento em que a Rússia é pressionada pela União Europeia, que discute a adoção de novas sanções contra o país, e após a decisão da França de suspender da venda de um navio de guerra a Moscou.
Segundo o correspondente da BBC em Moscou Oleg Boldyrev, se aprovado, o plano de Putin deve ser desfavorável à Ucrânia na medida em que consolidará as posições de separatistas pró-Rússia nas regiões de Donetsk e Luhansk.
Há algumas semanas as discussões sobre um possível cessar-fogo tinham como ponto principal a saída dos rebeldes dessas regiões.
Cerca de 2,6 mil pessoas foram mortas e mais de 1 milhão foram deslocadas de suas regiões desde que o conflito começou, em abril.

O plano de Putin para chegar a um cessar-fogo na Ucrânia

  • Forças do governo e rebeldes devem interromper "operações de ação ofensiva";
  • Militares ucranianos devem se retirar para áreas a partir de onde não possam bombardear áreas com população;
  • Monitoramento internacional do cessar-fogo;
  • Suspender o uso de aviação militar contra civis;
  • Troca incondicional de prisioneiros;
  • Estabelecimento de um corredor humanitário para a retirada de refugiados e entrega de ajuda;
  • Reconstrução de infraestrutura destruída.
Logo após a divulgação do plano de Putin, autoridades russas afirmaram que ele não abre caminho para um cessar-fogo entre a Ucrânia e a Rússia.
"Putin e Poroshenko realmente discutiram os passos que podem contribuir para um cessar-fogo entre a milícia e as forças ucranianas. A Rússia não pode fisicamente concordar com um cessar-fogo porque não faz parte do conflito", teria dito o secretário de imprensa de Putin, Dmitry Peskov, à agência de notícias RIA Novosti.
Apesar de Putin ter afirmado que o presidente ucraniano tem uma visão muito próxima à sua sobre um cessar-fogo, o premiê da Ucrânia, Arseniy Yatsenyuk, rejeitou o plano e disse que ele é uma tentativa russa de iludir o Ocidente.
O premiê afirmou que, com essa ação Moscou, tenta confundir a comunidade internacional às vésperas da reunião de cúpula da Otan – que ocorrerá na quinta-feira no País de Gales – e no momento em que a União Europeia prepara uma nova onda de sanções.
"O melhor plano para acabar com a guerra da Rússia contra a Ucrânia deve ter apenas um elemento: que a Rússia retire suas tropas, seus mercenários e seus terroristas do território ucraniano", afirmou Yatsenyuk.
Já os rebeldes pró-Rússia afirmaram que apoiam as propostas de Putin, mas não acreditam que o presidente da Ucrânia cumprirá o cessar-fogo.

Presidente russo Vladimir Putin (Foto: AP)
Plano de cessar-fogo é apresentado por Putin na véspera de cúpula da Otan
A caminho do País de Gales para a cúpula do Otan, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reiterou que há indícios “comprovados” de que tropas russas estão lutando em território ucraniano.
A afirmação foi feita durante um discurso em Tallinn, capital da Estónia, no qual Obama assegurou que a Otan protegerá todos os seus Estados-membros em caso de conflito.
O presidente americano disse que defender as capitais das repúblicas bálticas seria tão importante quanto proteger Paris, Berlim e Londres.
Ele afirmou que o cenário de uma Europa unida e pacífica está sendo ameaçado por uma tentativa de Moscou de alterar as fronteiras na região por meio das armas. Ele também incentivou os membros da aliança militar a sinalizar também seu apoio ao governo ucraniano.
A reunião de cúpula da Otan deve discutir na quinta-feira a criação de uma força militar de resposta rápida para proteger os países-membros contra uma eventual agressão russa.
Segundo o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, essa força teria tropas enviadas pelos Estados-membros em um sistema rotativo e poderia entrar em ação em 48 horas.
Para que ela possa entrar em funcionamento, a Otan deve armazenar armas e suprimentos em locais estratégicos nos territórios dos Estados-membros. A ideia é que esses recursos permitam que as tropas possam viajar rapidamente e atacar com força total se necessário.
Segundo a Otan, dessa forma seria possível proteger seus membros do leste europeu sem violar tratados que impedem o estabelecimento de bases permanentes tanto russas como da Otan na região.
Também nesta quinta-feira a Polônia revelou detalhes de exercícios militares liderados pelos Estados Unidos que envolverão tropas da Otan na região.
O Ministério da Defesa polonês afirmou que o exercício anual da Otan chamado "Rapid Trident 14" será realizado na Ucrânia – que não é membro da aliança.
A manobra envolverá centenas de militares de países como Estados Unidos, Grã-Bretanha, Polônia, Alemanha e Lituânia.
A Rússia, por sua vez, também anunciou a realização de exercícios militares.

fonte: BBC

Ucrânia aprova adesão à Otan

Secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen Secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen O governo ucraniano aprovou um projeto de lei que permite a revogação do estatuto neutro e traça um planejamento de entrada para a Otan, anunciou, nesta quarta-feira (3), o premiê, Arseni Yatsenyuk.
“Nas vésperas da cúpula da Aliança colocamos o objetivo de obter um estatuto especial nas relações entre a Ucrânia e a Otan, devendo essa última atribuir à Ucrânia um estatuto específico de parceiro número um”, frisou.

“A melhor solução seria a decisão sobre a adesão do país à Otan", acrescentou. "Mas, tal opção não seria fácil para os membros da Aliança Atlântica”.

A reunião de cúpula da Otan irá acontecer no País de Gales, nos dias 4 e 5 de setembro, quando serão discutidas, principalmente, as ações que serão tomadas em relação a crise no leste ucraniano.

No entanto, a simples revogação do estatuto ucraniano de neutralidade e não alinhamento não dá à Ucrânia uma possibilidade real de se incorporar a Otan. A avaliação de especialistas é de que esta é uma atitude com vistas nas eleições internas que se aproximam. A análise é que a permissão para que os ucranianos integrem a Aliança do Norte deve ser muito mais burocrática do que o discurso que tem sido propalado pelas autoridades.

As normas adotadas na Otan não admitem a filiação de países em disputas territoriais. Como se sabe, a Ucrânia reclama o retorno da Crimeia, que se reintegrou a Rússia após um refendo realizado em março deste ano.

Também nesta quarta-feira, o presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou um acordo militar com a Estônia. A medida gera tensão nas relações com a Rússia, país com o qual a Estônia possui fronteira.

O acordo, que visa o reforço da presença militar dos EUA nos países Bálticos, inclui a instalação de mais unidades da Força Aérea norte-americana, aviões para a realização de manobras, na base naval da Estônia.

Da redação do Vermelho,
com informações da Voz da Rússia

Via Portal Vermelho

terça-feira, 2 de setembro de 2014

"...Si vis pacem bellum preparates..."

O Blog do Planalto começa hoje (2) uma série de matérias especiais em alusão à ‪#‎SemanaDaPátria‬. Nesta primeira postagem vamos falar sobre os projetos da Marinha do Brasil (Oficial) para a modernização da defesa brasileira, como o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul e o Programa de Desenvolvimento de Submarinos. Acompanhe e compartilhe:http://goo.gl/ET38XP ‪#‎7deSetembro‬


tradução: "...se queres a paz preparates para a guerra.."

terça-feira, 26 de agosto de 2014

En Banco Central de la República Argentina (BCRA) anunció este martes que el lunes revocó la autorización al Bank of New York –Mellon (BoNY) para operar en el país.

La medida se produjo en medio de la disputa entre el gobierno y un grupo de fondos de inversión (holdouts) que reclaman a Argentina el pago total de sus bonos soberanos.
El BoNY venía operando como agente de pago de la deuda argentina, pero quedó en medio de una controversia en junio pasado cuando el juez de Nueva York Thomas Griesa obligó a la entidad a congelar el pago por US$539 millones que Argentina había realizado para cumplir con los vencimientos de deuda de un grupo de bonistas.
Estos bonistas forman parte del 92,4% de acreedores que aceptaron reestructurar su deuda, y a quienes Griesa prohibió que se les pague hasta que Argentina cumpla también con los tenedores de bonos que no entraron en los canjes de deuda de 2005 y 2010, entre los que están los fondos demandantes, a los que Argentina llama “buitres”.
Al no poder cumplir con el pago de esos bonos, Argentina entró endefault el pasado 30 de julio.
Este martes también se anunció que el multimillonario George Soros y un grupo de fondos de inversión demandaron al BoNY en Londres por no haber girado el dinero que les correspondía por sus bonos argentinos reestructurados
Fonte: BBC

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Ucrânia compra armas em pleno auge da crise econômica

colagem Voz da Rússia
Caos na economia da Ucrânia


Um anúncio sobre novas despesas militares foi feito pelo presidente, Piotr Porochenko, no decurso de uma parada militar alusiva ao Dia da Independência. Em suas palavras, até ao fim do ano corrente, a Ucrânia gastará bilhões de grívnas a fim de modernizar o material bélico e, em 2015-2017, um montante de 40 bilhões, equivalentes a US$ 3 bilhões.


Por Sergeui Duz*, na Voz da Rússia


Ao mesmo tempo, no país já se fazem sentir sinais de uma crise econômica de larga escala. Em meados do verão, o ministro das Finanças, Alexander Shlapak, informou que o PIB da Ucrânia diminuirá, em 2014, em 6 a 6,5%, enquanto a inflação poderá atingir 19 pontos percentuais. A agência S&P prevê a queda seja na ordem de 7%. O politólogo ucraniano, Rostilsav Ischenko, salienta:

“A situação não é de crise, mas de super crise. A Ucrânia, como um Estado, não dispõe de finanças, sendo um país bancarrota, sem poder encontrar meios para os fins sociais. Não sei se os EUA irão ajudar a financiar a atual campanha militar. Penso ser pouco provável. Por isso, o país não tem outra hipótese senão um descalabro total. A questão é de saber se o Exército terá tempo suficiente para esmagar a resistência do sudeste. Nesse caso, vamos enfrentar uma outra realidade geopolítica, uma vez que o destino da Ucrânia será decido mediante conferência internacional.”

Kiev continua depositando esperanças especiais sobre a assistência dos europeus, em particular, da Alemanha. Berlim se dispõe a canalizar 500 milhões de euros para a reabilitação da região de Donbass. Porochenko até qualificou esta medida de um plano Merkel, por analogia com o plano Marshal para a recuperação europeia no período pós-guerra. Mas a premiê alemã não fez promessas concretas. Em suas palavra, os recursos serão destinados após uma conferência de países dadores, agendada para setembro. É óbvio que, antes disso, muita coisa poderá mudar tanto na Europa, como no sudeste da Ucrânia.

Mais uma fonte de ajuda econômico-financeira tem sido o Fundo Monetário Internacional. Na primavera, o Conselho de Diretores do FMI aprovou um programa bienal de créditos para o financiamento da economia ucraniana no valor de 17 bilhões de dólares. A primeira tranche, no valor de 3,19 bilhões, foi concedida no início de maio. A segunda tranche será estimada em 1,4 bilhões. Se a Ucrânia não obtiver esse dinheiro, chegará, sem falta, ao colapso financeiro. A possibilidade de obter essa soma é igual quase a zero, sustenta o economista, Valentin Katasonov:

“Todos se concentraram na Ucrânia sem prestar atenção à situação que se cria na Europa e ao estado das coisas no FMI. Ali, a situação é catastrófica também. Não sei por é que hoje pouco se fala de uma gravíssima crise atravessada pelo FMI. Como o Fundo pretende canalizar a ajuda financeira para a Ucrânia? Na UE, o quadro econômico também tende a piorar. Ninguém irá emprestar dinheiro à Ucrânia, por não haver meios para tal nem na Europa, nem nos EUA”.

As novas autoridades de Kiev têm demonstrado otimismo. Arseni Yatsenyuk, por exemplo, aponta duas vertentes que fomentem o crescimento econômico – o setor energético e agro-pecuário. No entanto, o sector de energia não sobreviverá sem o gás russo, enquanto a agricultura se encontra em estado agonizante. O professor catedrático da Escola Superior de Economia, Oleg Matveichev, opina:

“Ninguém quer se responsabilizar pelo estado das coisas na economia ucraniana. A setor agrícola se encontra em estado deplorável. Os grãos não foram semeados e, por conseguinte, não se colherão. As reservas oficiais est ã o em vias de se esgotar . As perdas se avaliam em 25%. Ninguém quer assumir a responsabilidade perante uma catástrofe social inevitável”.

Em tempos, a Ucrânia tinha terminado o período soviético com indicadores muito bons. Segundo Mikhail Delyagin, diretor do Instituto de Problemas de Globalização, ela combinava então uma indústria desenvolvida dos países bálticos e as riquezas do Transcáucaso. Diante dela, se abriam, naquela altura, as perspectivas aliciantes que pudessem provocar a inveja de qualquer ex-república soviética.

Mas foi assim que a Ucrânia não logrou tirar proveito da sua independência. Nos 25 anos passados, a população sofreu uma redução de quase 10 milhões de pessoas, cerca de outros 10 milhões estão vivendo abaixo do nível de pobreza. O setor agro-industrial foi desmantelado no governo de Yulia Timoshenko, enquanto o desenvolvimento da maquinaria outrora potente parou depois de cortados os laços econômicos com a Rússia.

Seja como for, a guerra civil continua sendo o maior problema do país, sustenta o politólogo, Pavel Svyatenkov:

“Por via de regra, o Ocidente, quando concede créditos, acompanha-os com a exigência de reformas liberais duras que, por sua vez, levam à recessão da economia. É muito difícil realizar reformas na altura da guerra civil. Por isso, o governo procura esmagar à força a resistência popular e, numa etapa seguinte, quando se estabelecer o controle sobre a maior parte do país, solicitar mais dinheiro. Na situação atual, as reformas econômicas dolorosas podem implicar a perda das alavancas do poder e uma nova revolta. Kiev está pedindo ajuda na esperança de sobreviver nos próximos meses”.

Para o governo de Kiev, um horizonte de planejamento não atinge os finais do ano. É-lhe necessário se manter no poder, custe o que custar, sem pensar em consequências e repercussões de longo prazo. Nisso consiste a causa fundamental das falhas econômicas mais recentes.

Para vencer a crise, aos poderes convém pensar não só em seus interesses, mas em milhões de compatriotas, colocados à beira de sobrevivência física.

*Articulista da emissora de rádio Voz da Rússia