Estudo de Defesa e Relações Internacionais - E D R I, busca aprofundar no estado do Conhecimento em Defesa Nacional e Relações Internacionais no debate entre diversas opiniões da área com uma perspectiva teórico-estratégico referenciado no desenvolvimento dos fatos atuais acesse: https://www.facebook.com/groups/defesanaamazonia/.
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domingo, 4 de setembro de 2011
POR UM PARÁ DESENVOLVIDO, DEMOCRÁTICO E INCLUSIVO - NÃO À DIVISÃO DO ESTADO
- A Comissão Política apresenta para apreciação e aprovação do Pleno do CE a posição partidária de Não à divisão do Estado e a luta pela construção de um Pará desenvolvido, democrático e inclusivo;
- Diferente da grande maioria dos partidos, o PCdoB definirá posição política no plebiscito, não se furtando de apresentar aos paraenses o caminho justo e viável para o Estado;
- Sua posição se norteia por uma visão de classe, do que favorece o povo, a grande maioria dos paraenses, a partir de seus reais interesses, principalmente dos trabalhadores e trabalhadoras;
- Defende esse caminho com base na análise das causas e dos problemas existentes, da realidade concreta; na análise dos interesses colocados e suas argumentações – a quem interessa a divisão ou o Pará inteiro?
- Procura analisar as questões de conjunto – sem negar as particularidades, evita os regionalismos, ufanismos, as xenofobias, a guerra de elites conservadoras e reacionárias que não querem aprofundar nada;
- O tempo é muito curto, e grande parcela da população está desinformada, mas todos precisam participar da discussão e da decisão;
- Papel importante dos movimentos sociais e da sociedade civil organizada nos debates.
1 – Preciso conhecer o objeto do debate – o Pará, suas características, seus potenciais, suas dificuldades, sua importância
. Segundo Estado em extensão territorial, localizado na Amazônia – possivelmente o que mais a represente enquanto experiência de sua relação com o sistema capitalista e a divisão internacional do trabalho;
. O Pará abriga 50% da população da Amazônia (15 milhões), distribuída em todas as regiões, a partir de cidades-pólo (mais de 10 municípios com mais de 100 mil habitantes) – grande maioria da população é urbana;
. Possui uma das maiores províncias minerais do mundo, com grandes projetos mineradores para exportação; destacado exportador de minério de ferro;
. Contribui significativamente para o superávit comercial do país;
. É cortado de norte a sul, de leste a oeste pro grandes rios navegáveis que ligam naturalmente as regiões, com imenso potencial hidroviário;
. Grande potencial hídrico ( grande quantidade de água doce);
. Imenso potencial energético (hidrelétrica de Tucuruí, Belo Monte etc)
. Quarto rebanho de gado do país;
. Grande biodiversidade;
. Possui todos os tipos de relevo, de vegetação, de solos etc.;
. Possui uma rica diversidade cultural com costumes, sotaques, manifestações folclóricas e musicais muitas vezes dentro da mesma região;
. Tem importantes instituições de ensino e pesquisa (UFPA, Universidade Federal do Oeste, UEPA, UNAMA, Museu Emílio Goeldi, Embrapa etc)
. Está interligado por rodovias (Belém-Brasíla, BR-316, BR-222, Transamazônica, Rodovia do Xingu, PA-150 e outras);
Obs.: Quem tem esse potencial de riqueza e de desenvolvimento, distribuído em todo o seu território, no mínimo deveria se achar forte como ente federativo.
NO ENTANTO....
. Sintomaticamente soma apenas 1,4% no PIB nacional;
. É praticamente desindustrializado – com baixíssima agregação de riquezas;
. Pouca infraestrutura (principalmente voltada para o desenvolvimento regional);
. Riqueza e renda altamente concentradas;
. Alto desemprego e salários baixos;
. Presença insuficiente do poder público e de políticas públicas (grande demanda social);
. Baixo índice de desenvolvimento humano – IDH;
. Possui aproximadamente 105 dos miseráveis do país (1,4 milhão);
. Estado com pouca arrecadação, sem capacidade de maior investimento;
2 – QUAIS AS CAUSAS?
- Ausência de um desenvolvimento nacional com uma justa integração regional
. Não há desenvolvimento estadual isolado do desenvolvimento nacional;
. O desenvolvimento do capitalismo no Brasil foi altamente concentrado na região sudeste/sul;
. O país apesar dos avanços continua o grande exportador de matéria- prima e semi-elaborados;
. Regiões ficaram ou estão ainda dependentes do sudeste/sul
- A Amazônia, em particular o Pará foram postos no papel de almoxarifado ou reserva de riquezas de acordo com as demandas do sistema capitalista no mundo e no Brasil
. Sua história de ocupação e modelo de desenvolvimento seguiu a lógica do extrativismo vegetal e mineral para exportação com base em grandes projetos: borracha, minérios, madeira; a lógica do agronegócio com base no latifúndio: gado, soja, dendê etc;
. A pouca infra-estrutura existente é voltada para esse modelo – hidrelétrica (albrás/Alunorte), ferrovia (Vale s/a), Eclusas(grandes transportes de carga);
Obs.: A incipiente e frágil industrialização foi atropelada pelos produtos vindos do sudeste/sul (falência de empresas locais como a Atinco); a região bragantina produtora de alimentos foi abandonada à própria sorte (Pará é grande importador de alimentos)
. Desoneração de impostos para matérias-prima e insumos para exportação (Lei Kandir)
. Maioria da energia de Tucuruí é exportada com cobrança do ICMS no destino;
- Ausência de um projeto de desenvolvimento com inclusão social;
- Conivência, cooptação, beneficiamento e acomodação das velhas e novas elites governantes que representam bases sociais exploradoras, dilapidadoras, e não estão nem aí para os problemas do povo;
Obs.: A primeira experiência de governo de esquerda e das forças populares deu sinalizações de novos caminhos, mas infelizmente naufragou pela ausência de projeto, insuficiência política e incapacidade de gestão;
3. As Lideranças das forças separatistas
- Tomam como causas os efeitos nefastos da política de rapina;
. Ausência e pouca presença do Estado (distância)
. Ausência ou poucas políticas públicas
- Não criticam a concepção e o modelo político-sócio-econômico causadores dos problemas, pelo contrário contribuem para aprofundá-los;
- Possuem interesses de classe – são ou representam a base social do latifúndio, dos grandes projetos extrativistas de exportação, do agronegócio etc;
- No pensamento e na prática não elas desenvolvem a agregação de riquezas, a verticalização com maior geração de empregos com distribuição de renda;
As forças separatistas se compõem de dois interesses distintos:
a) Das elites – Que almejam o poder da política para ampliar, consolidar, controlar diretamente os domínios materiais da região a seu favor;
b) Das massas – Que querem soluções para seus problemas sócio-econômicos;
Obs.: Para os primeiros a divisão do Estado é a grande solução. Nesse sentido é vendida como panacéia de todos os males (sem espírito crítico ou autocrítico)
4 – Quais os grandes interesses?
- Das grandes mineradoras (VALE, MRN-Mineração Rio Norte etc)
. Todas as duas regiões separatistas têm grandes províncias minerais (paraíso das mineradoras)
. A VALE aumentará seu poder de domínio, de pressão, de cooptação – pequenas compensações:
. Possível refluxo na construção de parques siderúrgicos para verticalizar a economia;
. Interesse das Mineradoras é exportar matéria prima e não competir com seus clientes;
Obs.: Peso das mineradoras –separação do Amapá do Pará.
. Executivo, Legislativo e Judiciário enquanto representação direta dos interesses dos grandes projetos, do agronegócio, do latifúndio.
5 – Argumentações e Justificativas
- A região não se desenvolve, sofre privação e está abandonada porque Belém e adjacências vivem bem à custa das outras regiões
. Discurso eleitoreiro – mote para ganhar eleições durante anos;
. É falacioso, pois embora parta de uma situação de dificuldades, esconde que os problemas estão em todo o Estado;
. Discurso que pega, principalmente na região sul/sudeste porque a maioria do povo não conhece a realidade do Estado: Marajó, transamazônica, trechos da região metropolitana tem baixíssimos IDH – surto de malária no Baixo-Tocantins e Marajó
- Necessidade de um novo estado pela pouca ou ausente presença do poder público e de políticas públicas;
. Desconsidera que há um déficit de demandas sociais e econômicas em todo o Estado, principalmente pela pouca capacidade de investimento de um Estado sucateado, pelas dificuldades do governo federal nas questões sociais, e pelo descompromisso das lideranças com os problemas do povo;
. Desconsidera certos dados:
Pará “remanescente”-
65% da população – 58% dos postos de saúde/ 60,07% das Escolas de Ensino Fundamental/ 66,42 das Escolas de Ensino Médio;
Carajás –
20% da população – 22% dos postos de saúde/ 17,09% das Escolas de Ensino Fundamental/ 19,39% das Escolas de Ensino Médio;
Tapajós –
15% da população – 20% dos postos de saúde/ 22,87% das Escolas de Ensino Fundamental/ 14,18% das Escolas de Ensino Médio;
. Desconsidera: Interiorização da UFPA e da UEPA, Hospitais Regionais, eletrificação no campo (“Luz para Todos”), asfaltamento da rodovia do Xingu e ponte sobre o Rio Fresco, Universidade Federal do Oeste, Universidade do Sul/Sudeste, implantação do parque siderúrgico em Marabá (esforço dos governos Lula e Ana Júlia);
. Desconsidera que mais da metade dos deputados da ALEPA são oriundos das regiões separatistas;
- Proximidade do poder garante desenvolvimento, geração de emprego com distribuição de renda e políticas públicas
. Esquecem que no mínimo duas questões são fundamentais para alcançar isso: vontade política e capacidade de investimento;
. Grandes mazelas estão próximas do Palácio dos Despachos;
. O Estado de alagoas tem muita pobreza e o maior índice de violência de Capital;
. O Estado do Amapá tem poucos municípios e muitas dificuldades;
. O Estado do Tocantins continua bastante dependente da União, especializado em grandes agronegócios com base no latifúndio, mantendo grandes problemas sociais;
. Municípios como Parauapebas, Canaã de Carajás e Barcarena – grandes PIBs e muitas dificuldades;
. O acesso do povo aos poderes constituídos independente das proximidades dos palácios é muito difícil;
. O poder de pressão e a possibilidade de ascensão das forças de esquerda e populares esbarram no baixo nível associativo dos movimentos e nas forças políticas e sociais que se beneficiarão com a divisão:
Pará “remanescente” – PMDB, PSDB, PT
Carajás – PMDB, PSDB, PDT, PT
Tapajós – PMDB, PSDB, PT
- A ampliação de deputados e senadores vai fortalecer a defesa da Amazônia
. A atual bancada já numerosa é pouco eficiente na empreitada;
. A possibilidade de ter mais parlamentares comprometidos com a base social do latifúndio, do agronegócio, dos grandes projetos é grande;
. Possivelmente fortalecerão principalmente as bancadas da reação: ruralistas e religiosos etc.
- Divisão com base na diferença cultural
. Sul/sudeste – Miscelânea (diversas origens), identidade cultural mais consolidada pontualmente em Conceição do Araguaia etc
. Oeste – Embora haja uma cultura tapajônica, não é determinante para a separação, convive com a diversidade cultural do estado
- O Pará “remanescente” ganhará com a divisão pois será desonerado
. Ficará com a maior população e o menor território;
. Ficará com as maiores demandas social;
. Sem condições de expansão sócio-econômica de produção de riquezas;
. O mais baixo PIB per capita
6 – A QUESTÃO CENTRAL
- A inclusão política-sócio-econômica e cultural dos sete milhões e meio de paraenses.
A divisão do Estado não é a solução
a) Três estados enfraquecidos – ainda mais dependentes da União – com muito mais dificuldades de investimentos (multiplicação dos problemas)
. Tapajós gastaria 51% do PIB na máquina pública
. Carajás gastaria 23% do PIB na máquina pública
. Média nacional – 12,72%
Obs.: Não computado os investimentos na criação do Estado (construção de edifícios, implantação de infra-estrutura como aeroportos, rodovias etc
Custo da manutenção – Tapajós 2,2 bilhões/Carajás – 2,9 bilhões
Déficit – 2,16 bilhões
Por que não investir esse dinheiro em infra-estrutura e políticas públicas para todo o Estado?
b) Grandes distorções e incoerências
. Cria um estado com mais da metade do atual território, com o menor PIB, grande para das terras da União e muita dependência
Tapajós –
59% do território
15% da população atual – 1,1 milhão de habitantes
58% morando nas cidades
27 municípios
Densidade demográfica – 1,6 hab/km2
PIB – 11% do atual (R$ 6,4 bilhões) – PIB per capita – R$ 4.779,00
. Deixa o Estado atual com a menor parcela do território e com mais da metade da população atual, privado das riquezas para expansão e desenvolvimento
Pará “remanescente” –
17% do território
65% da população atual – 4,7 milhões de habitantes
70% morando nas cidades
78 municípios
Densidade demográfica – 22,2 hab/km2
PIB – 56% do PIB atual (R$ 32,5 bilhões) – PIB per capita – R$ 3.958,00
. Cria um Estado que congregará grande parcela das riquezas do atual, mas também dependente e refém de grupos poderosos
Carajás –
24% do território
20% da população atual – 1,5 milhão de habitantes
68% morando nas cidades
39 municípios
Densidade demográfica – 5,6 hab/km2
PIB – 33% do PIB atual (R$ 19,5 bilhões) – PIB per capita – R$ 8.763,00
c) Grande parte das elites é defensora e praticante da concepção de rapina, predatória, que não pensam em agregação de riquezas e inclusão social
d) O que haverá de concreto e imediato com a divisão do estado é a acomodação das elites nos espaços estatais que serão construídos
e) Sem perspectiva de médio e longo prazo de inclusão do povo
f) Haverá guerra fiscal entre os novos estados
7 – A defesa da unidade do Estado está no sentido que o mesmo possui de conjunto todas as condições de desenvolver-se e garantir inclusão social para todos os paraenses
. Pelo seu potencial o Pará é mais forte unido na relação com os entes federativos – maior poder de barganha
. Tem força e capacidade de garantir mais rapidamente condições de investimento – Fim da lei Kandir, ICMS da energia, ampliar a arrecadação com a industrialização
. Para isso é necessário romper com a concepção de rapina, de ser um estado mero exportador de matéria-prima e insumos, com grandes agronegócios baseados no latifúndio, sem verticalização da economia;
. Construir um Projeto de desenvolvimento, democrático e inclusivo integrado de forma justa ao desenvolvimento nacional;
. Aproveitar esse momento de mudanças no Brasil;
. Aglutinar as forças políticas em torno desse projeto e ganhar o governo do estado;
. Verticalizar a economia agregando riquezas;
. Desenvolver e aplicar tecnologias apropriadas para a região;
. Primar pela produção que garanta a ampliação de empregos e promova melhor distribuição de renda;
. Fortalecimento da agricultura familiar;
. Regularização fundiária;
. Trabalhar pólos regionais de desenvolvimento;
. Descentralização política e administrativa do Estado
A divisão além de injusta e distorcida vai penalizar ainda mais a maioria do povo
O Pará é mais forte e viável inteiro.
Enviado por E-mail: ericoalbuquerque65@hotmail.com
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