Por Roberto Drummond

É um homem ainda novo, calvo e barbudo. Mistura um português capenga com espanhol. Verás: está muito preocupado com a Guerrilha do Araguaia. Traz um exemplar do New York Times debaixo do braço e te encara com os olhos estranhamente infantis. Suspeitará que és o dublê? Sentado na poltrona, separado de ti pela mesa de teu escritório, ele te olha. Põe o exemplar do The New York Times em cima da mesa, enfia a mão quase gorda no bolso de dentro do paletó, e tira lá de dentro um pequeno embrulho verdade, onde cabe uma joia ou um perfume e diz, para teu espanto:
(*) Título da redação; trecho do capítulo 16 do romance Inês é morta. São Paulo, Geração Editorial, 1988.
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