
Em fins de julho fui convidado para a comemoração do centenário do pajé Awaçai, velho índio Aikewara, na aldeia Sororó entre São Domingos e São Geraldo do Araguaia. Dirigi-me até a aldeia, distante uns 100 km de Marabá, em companhia do pesquisador Rodrigo Peixoto do Museu Paraense Emilio Goeldi. Por Paulo Fonteles Filho*
Já havia estado ali em 2009 procurando estabelecer contato e coletar informações acerca de sepultamentos de desaparecidos políticos durante a Guerrilha do Araguaia. À época tomei conhecimento mais amiudado das pressões, constrangimentos, intimidações e violências praticadas pelas forças armadas contra aquela nação indígena na tentativa de sufocar o movimento insurgente araguaiano.
Do ponto de vista da história da repressão militar no país há pouca sistematização de como o regime se comportou diante da questão indígena. Sabe-se, em geral, que as políticas indigenistas praticadas pelo extinto Serviço de Proteção aos Índios (SPI) e pela Fundação Nacional do Índio (Funai), nos tempos de generais no poder, eram todas militarizadas e estavam no famigerado organograma do estado de exceção inaugurado em 1964.
* Paulo Fonteles Filho é membro da Associação dos Torturados da Guerrilha do Araguaia e colaborador do Vermelho
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