Estudo de Defesa e Relações Internacionais - E D R I, busca aprofundar no estado do Conhecimento em Defesa Nacional e Relações Internacionais no debate entre diversas opiniões da área com uma perspectiva teórico-estratégico referenciado no desenvolvimento dos fatos atuais acesse: https://www.facebook.com/groups/defesanaamazonia/.
PAGINAS
- ABED
- SBS
- ABRI
- OBED
- ABA
- ABCP
- ANPOCS
- VERMELHO
- ANPG
- BARÃO DE ITARARÉ
- UFPA
- UNE
- CEMJA
- IFCH UFPA
- AÇAI BELÉM
- CNPQ
- CAPES
- F. Mauricio Grabois
- Minst da DEFESA
- NAEA
- ESG
- FUNAG
- IPEA
- PPGED
- CSIE-ESG
- IRB
- MRE
- ISAPE
- FNS
- PPGCS
- PPGCP
- NUMA
- PROFILE
- SDDH
- CEEEx
- INOVTEC
- REBELIÓN
- FINEP
- NCADR
- SIPAM
- periodicos
- VEDUCA
- UEPA
- SEDUC
- Observ lat
- ECEME
- FAPESPA
- FEDESP
- mundorama
- R Amaral
- EBC
- PPGDSMC
- My English Language
- UNIFA
- CPFLCULTURA
- OASIS BR
- ACERVO UNESP
- BDTD
- IBICT
- MULTIMIDIAUFPA
- LA REFERENCIA
- oficinasociologica
- manguevirtual
- LAH DINIZ
- Café Sociologico
- SIGNFICADO
- contexto historico
- SOCIOLOGIA
- ARAO SOCIOLOGIA
- Marilia sociologica
- C S em Rede
- epigrafes históricas
Pesquisa na WEB!
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Amazônia, Atlântico Sul e operações expedicionárias
Já em 1914, Karl Kautsky prognosticou o advento do "ultra-imperialismo", quando anteviu que as grandes potências, de modo semelhante aos conglomerados empresariais, acabariam por formar um "cartel do poder", deixando de competir entre si nas guerras. Os conflitos armados passariam assim a envolver os Estados centrais contra os situados na periferia do sistema mundial de poder.
Joseph S. Nye afirma que, no mundo atual, existem três tipos de países: os Estados pobres, fracos e pré-industriais; os Estados industriais modernizantes; e as sociedades pós-industriais. Segundo este autor, o uso da força é comum no primeiro tipo de país e continua sendo aceito no segundo, mas é pouco tolerado no terceiro.
Martin van Creveld, por sua vez, afirma que a guerra está passando por grandes mudanças, decorrentes do surgimento das armas nucleares e de destruição em massa. A introdução deste armamento em 1945 tornou a guerra entre grandes potências perigosa demais, e os conflitos militares do futuro seriam "guerras assimétricas" entre os ricos desenvolvidos e os pobres atrasados.
Não constitui surpresa o fato de que, desde o fim da Guerra Fria, os principais países ocidentais estejam estruturando suas Forças Armadas para a realização de operações expedicionárias contra países periféricos, em áreas estratégicas conturbadas do mundo. As repercussões deste processo de transformação ainda não foram suficientemente avaliadas no Brasil.
As indicações são que, na busca pelo controle das reservas mundiais de petróleo, de jazidas de minérios estratégicos ou até mesmo da água potável do planeta, as grandes potências não hesitarão em empregar seu Poder Militar contra os territórios dos países em que tais recursos naturais estejam localizados.
Qual deve ser a resposta dos países emergentes? O desenvolvimento de uma capacidade militar de defesa do território e dos recursos naturais? Esta é a configuração usual do "figurativo inimigo", nas manobras militares dos países centrais que possuem Forças Armadas de tipo expedicionário. Portanto, os países que a adotarem estarão assumindo, por sua própria iniciativa, o papel de adversários (ou alvos) potenciais.
A opção por Forças Armadas expedicionárias, por sua vez, não inviabiliza o emprego defensivo destas contra ameaças externas. A capacitação necessária para realizar operações expedicionárias (inclusive de manutenção ou imposição da paz) no exterior também qualifica as Forças Armadas para emprego na defesa do território nacional (mesmo contra ameaças irregulares ou não-convencionais).
O Brasil deve desenvolver um Poder Militar com capacidade expedicionária, integrado por Forças Armadas de efetivo modesto (igual ou ligeiramente superior ao atual) dotadas de equipamentos modernos, produzidos no país e preferencialmente desenvolvidos com tecnologia própria.
O desenvolvimento de tecnologias de emprego militar é duplamente útil para um país, pois propicia o nível de inovação tecnológico indispensável à manutenção de um parque industrial moderno e atualizado. Além disso, ao adquirir uma significativa capacidade de realizar operações militares no exterior, o Brasil passaria a ser percebido como possível aliado ou parceiro confiável.
A atual Política de Defesa Nacional (PDN) aponta a Amazônia e o Atlântico Sul, além dos núcleos de capacitação e poder localizados no Centro-Sul, como áreas prioritárias para nossa defesa. Afirma ainda que o entorno estratégico do Brasil extrapola a América do Sul e a parte ocidental do Atlântico Sul, incluindo a parte oriental deste oceano, assim como a África Ocidental e Meridional e os países de língua portuguesa.
Por sua dimensão territorial e pelas longas distâncias envolvidas, a Amazônia pode ser considerada um Teatro de Operações (TO) expedicionário. O mesmo pode ser dito do Atlântico Sul, por onde passa quase todo o comércio exterior e onde se localiza a maior parte das reservas conhecidas de petróleo do Brasil.
A Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZPCAS) foi estabelecida em 1986 pelos 24 países da costa ocidental da África e do litoral atlântico da América do Sul, em busca de integração e colaboração regional. A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), criada em 1996, reúne os oito países lusófonos: Angola; Brasil; Cabo Verde; Guiné-Bissau; Moçambique; Portugal; São Tomé e Príncipe; e Timor Leste.
A opção por um modelo expedicionário de Forças Armadas é coerente com a participação do Brasil em ambas as Guerras Mundiais, assim como em operações de paz sob os auspícios da Organização das Nações Unidas (ONU). Por não possuir ambições hegemônicas, nosso país é freqüentemente solicitado a enviar contingentes de tropa a países conflagrados, a fim de colaborar com o restabelecimento da paz. Seu nível de capacitação nesta área deve ser ampliado.
Eduardo Italo Pesce - Especialista em Relações Internacionais e professor no Centro de Produção da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Cepuerj).
fonte: http://www.reservaer.com.br/est-militares/indice-introducao.html
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário