terça-feira, 31 de maio de 2011

NOTA DE PROTESTO




Por ordem da reitoria, a prefeitura e segurança do campus estão PROIBINDO todo e qualquer evento cultural que seja promovido por estudantes nos espaços do Campus Guamá. Na sexta-feira, dia 20 de maio de 2011, a segurança do campus impediu a realização de um evento na Capela Universitária. No último dia 25 novamente, nos impediram de realizar a Quarta da Saudade no mesmo espaço. Na quarta, o Sr. José N. Primo Cerqueira em pessoa (Coordenação de Controle – Prefeitura UFPA) nos aguardava na Capela, acompanhado de seguranças, para garantir que o evento NÃO fosse realizado. O argumento para tal medida é a violência e a falta de contingente para manter a segurança dentro do campus. Deste modo, a solução para o problema foi encontrada na proibição dos eventos nos espaços do Campus (como a Capela Universitária), tendo em vista que não há um quadro de Seguranças suficiente para cobrir tais eventos e garantir a segurança dos estudantes e do patrimônio da universidade. No momento, os únicos eventos permitidos são os Forrós no Vadião.
A pesar disto, nossa universidade tem seguranças suficientes para reprimir os estudantes que tentam promover eventos e produzir culturalmente dentro dela, impedindo que possamos nos expressar, além de realizar atividades (como é o caso da “Quarta da Saudade”) que nos ajudem a angariar fundos para formatura, participação em eventos, etc. Na quarta-feira, após a conversa com Primo, fomos abordados pelo pessoal da Segurança, que solicitou nomes, número de matrícula, etc., para ter em mãos os dados dos responsáveis por possíveis desordens. Além, é claro, de manter alguns seguranças por perto, monitorando qualquer movimentação dos estudantes, que considerassem “suspeita”, que, sempre com a mão no coldre da arma prontos para um eventual enfrentamento se mantinham sempre por perto. Não podemos esquecer que na mesma quarta-feira, o estudante de Ciências Sociais, Rafael Galvão, foi vítima de agressões físicas por parte de membros da Segurança do Campus e da Polícia Militar.
Apesar de ser utilizada como um espaço de sociabilidade na universidade, o espaço físico da capela universitária há muito tempo se encontra abandonado, considerada pelos seguranças como “banda podre do campus”, pelo fim, que todos conhecemos, que muitas pessoas, a maioria de fora da universidade dá a ela. Com exceção de alguns eventos que a utilizam por seu espaço tão interessante à realização de atividades culturais. Tais atividades começavam a acontecer com mais freqüência nos últimos tempos. O que poderia futuramente, proporcionar uma mudança de áreas no local, torná-lo intensamente produtivo, o que poderia ser uma solução para muitos dos problemas do local, problemas estes que nunca conseguiram ser resolvidos pela administração da universidade.
A Universidade é espaço de produção de conhecimento e de cultura, e é dever da Reitoria, Prefeitura e Segurança do Campus garantir que os estudantes possam fazer uso dos espaços da Universidade para promover eventos culturais, artísticos, acadêmicos, etc., além de garantir que estejamos seguros para transitar pela universidade. Porém, o que está acontecendo é que, já que não é possível garantir a segurança no Campus. Através da repressão transformam a Universidade em um cárcere, onde estamos todos em constante vigília, impedidos de nos expressar, pensar, agir e nos mobilizar, somos forçados a limitar nossa criatividade, nossa ação, à rotina paralisante, que nos cega à beleza e importância destas “simples” atividades. Pergunto-me se tal regime repressor irá, de fato, se perpetuar na Universidade Federal do Pará, e mais, o que nós estudantes faremos a respeito?





Manoel Cláudio Mendes Gonçalves da Rocha
Lanna Beatriz Lima Peixoto
Acadêmicos de Ciências Sociais 2007/Noturno
Coletivo Gererê Produções

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Um comentário:

  1. Uma pequena correção na nota, desde o ano passado vem sendo debatido a questão do Forró no vadião e outras atividades culturais dos estudantes no campus básico com a transversalidade SEGURANÇA, com a participação dos representantes das comissões de formaturas, O próprio DCE, e demais interessados ao tema, em vários momentos a temática fragilidade e necessidade das atividades que servem como manifestação cultural e formentadora de recursos aos discentes foi exposta. Isso não é negado pelas as partes, da reitoria até o aluno interessado, o debate é mais profundo e cheio de interesses que permeiam o individuo, grupos e a Instituição de Ensino, no que tange a NOTA é justa a manifestação, todavia, existem discrepâncias que precisam se levadas para o âmbito da racionalidade.

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